Especial Espaço Cultural: Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina

Especial Espaço Cultural: Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina

Compondo a arquitetura da região central de Pindamonhangaba, o tema da sexta edição do Especial Espaços Culturais será o Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina, que é mais do que um espaço de preservação, é uma janela para a rica história de Pindamonhangaba e sua região. 

Fundado em 10 de dezembro de 1957, na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, como parte da rede de Museus Históricos e Pedagógicos do Estado de São Paulo, este museu ocupa um lugar de destaque entre os pontos turísticos da cidade.

Localizado no imponente Palacete Visconde da Palmeira, o museu é um testemunho vivo da história local. O Palacete, construído em 1850 em estilo neoclássico, não só abriga o museu, mas conta sua própria história como centro de eventos e encontros culturais ao longo dos anos. Seus mais de 30 cômodos, divididos em três pavimentos, exibem uma decoração exuberante, com afrescos, pinturas e móveis que contam a história das décadas que o prédio atravessou.

A missão do Museu Dom Pedro I e Dona Leopoldina vai além da preservação: é também sobre educar e inspirar. O trabalho incansável da equipe do museu, composta por oito funcionários, um estagiário, voluntários e prestadores de serviços, garante que o espaço esteja aberto de terça-feira à domingo, das 9 às 17 horas. 

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Com um acervo diversificado de aproximadamente 5 mil peças, o museu oferece exposições fixas e temporárias que exploram diversos aspectos da história local, desde a influência dos povos formadores da região, passando pela Revolução de 1932 até a contemporaneidade.

Em 2023, cerca de 16 mil visitantes, incluindo escolas e projetos sociais, passam por suas portas em busca de conhecimento e reflexão sobre a história e identidade da região. 

Com 307 dias abertos ao público e 172 atividades diversas realizadas ao longo do ano passado, o Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina continua a desempenhar um papel vital na preservação e promoção da história e cultura de Pindamonhangaba. Seus corredores são testemunhas silenciosas de séculos de história, e suas portas estão sempre abertas para aqueles que desejam aprender e se inspirar.

“Participar da ressignificação desse espaço e possibilitar para que todos sejam representados dentro desse museu é o caminho que orgulho em trilhar e a verdadeira missão de um equipamento cultural dessa magnitude” afirmou o Gestor Cultural, Mauro Celso Barbosa.

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*PALACETE PALMEIRA* 

Construído em taipa de pilão, taipa de sopapo e com paredes removíveis que eram embutidas por ocasião de festas. O estilo da construção, iniciada em 1850, é em linhas neoclássicas, o balcão com piso de mármore de Carrara e gradil de ferro doce trabalhado percorre a maior parte da fachada principal e continua na fachada lateral. O terraço é enfeitado por fileiras de pinhas de louças provenientes de Santo Antônio do Porto e nas quinas, estatuetas de Deuses Gregos, que hoje carregam evidências dos períodos que o prédio abrigou a Faculdade de Pharmacia e Odontologia e as Escolas.

O Palacete com mais de 30 cômodos (sala de estar, sala de jantar, sala de orquestra, despejos, alcovas, solário, capela, etc) divididos em 03 pavimentos, traz em seu interior uma decoração exuberante, com trabalhos em estuque, pinturas no teto de diversos temas e pinturas encimando algumas portas com temas do Rio de Janeiro antigo. No passado, os afrescos dando o toque de requinte do prédio juntamente com as obras de Petit e Debret.

Sendo, Antônio Salgado Silva – Visconde da Palmeira, um dos homens mais importantes da região e Pindamonhangaba um expoente na produção de café fica fácil entender o motivo para que a cidade e o palacete sempre recebessem autoridades importantíssimas da época. O Palacete foi cenário para a festa de inauguração da Estrada de Ferro São Paulo - Rio de Janeiro, em julho de 1877. A nova ferrovia, ligando a capital do país à capital do café, foi condignamente comemorada, e a festa, além da sua importância como sintoma de uma crescente mecanização do transporte, tornou-se uma comentadíssima reunião social.     

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Em setembro de 1878, Dom Pedro II, a Imperatriz Thereza Cristina e toda sua comitiva pernoitando em Pindamonhangaba, aproveitaram e “Na manhã seguinte visitaram alguns prédios públicos e foram até o palacete do Barão da Palmeira para contemplarem a vista do soberbo Vale do Paraíba e a majestosa Serra da Mantiqueira”. 

Para a ocasião, o então Barão da Palmeira havia mandado remodelar todo o palacete, trazendo um arquiteto e um decorador da França, além de adquirir vários objetos de decoração e utensílios domésticos de alto valor financeiro e artístico: “um par de vasos Sévres, com duas figuras de mulher, as Bacantes, em relevo, trabalho de primorosa feitura (…). O outro conjunto é um soberbo serviço de chá, de prata portuguesa, finamente cinzelada; a bandeja, de tão larga e pesada, necessitava de duas pessoas para transportá-la”.