Museu de Pinda recebe exposição ‘Tecidos da Natureza’, de Camila Pinheiro

Museu de Pinda recebe exposição ‘Tecidos da Natureza’, de Camila Pinheiro

O Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina abriu, na semana passada, a exposição “Tecidos da Natureza”, mostra individual da artista visual Camila Pinheiro, que permanece em cartaz até o dia 5 de dezembro. A iniciativa integra a programação cultural do município e dialoga com temas contemporâneos como meio ambiente, sensibilidade estética e consciência climática — especialmente durante a semana da COP30 (30ª Conferência das Partes).
Reconhecida internacionalmente, com obras já exibidas em instituições como a Universidade de Yale e o The William Vale, nos Estados Unidos, Camila Pinheiro apresenta em Pindamonhangaba um conjunto de pinturas inéditas e outras já consagradas. A exposição propõe uma metáfora sobre o entrelaçamento entre o humano e o natural, abordando como forma, emoção e experiência se conectam de maneira inseparável.
A série trabalha elementos como troncos, raízes, água e estruturas orgânicas reinterpretadas pela artista como tecidos visuais, reforçando a ideia de que “as árvores vestem o mundo”. Entre os destaques estão as séries Aguapé – tecidos do silêncio, Araretama – tecidos do amanhecer e O rio que veste o corpo, além de obras produzidas com pigmentos minerais e técnicas mistas que ampliam o diálogo entre arte contemporânea, ancestralidade e paisagem.
Lançada durante a COP30, a mostra reforça a conexão entre arte e consciência ambiental. Segundo a artista, o momento global tornou-se simbólico para apresentar a obra ao público:
“O tema da exposição conversa diretamente com as discussões da COP30. É a minha maneira de contribuir poeticamente para uma pauta urgente, usando a arte como ponte entre sensibilidade e consciência ambiental”, afirmou Camila Pinheiro.
A artista também destaca que Tecidos da Natureza marca um retorno emocional ao ato de pintar. Segundo ela, a série nasceu de um período de calma e observação profunda, tornando-se um processo de reconexão pessoal e artística. A criação das obras reforça a percepção de que o ser humano integra o planeta e não está dissociado dele.
O processo criativo da artista combina observação da natureza, estudos visuais e composições que se materializam na pintura, mesclando intuição e método. Parte das obras apresenta figuras humanas sem rosto — escolha estética que convida o público a participar da narrativa. “Ao retirar o rosto, abro espaço para que cada pessoa projete ali a própria experiência”, explica Camila.
Para o chefe da Divisão de Patrimônio Histórico, Mauro Celso Barbosa, receber a exposição reforça o papel do museu como espaço vivo e conectado às discussões atuais. “Camila traz um olhar potente sobre a ligação entre natureza e humanidade. Receber essa mostra é reafirmar que o museu também é um lugar de reflexão sobre o presente e sobre o futuro, especialmente quando falamos de meio ambiente, cuidado e pertencimento”, destacou.

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